A Cabana [Zona de RPG]

Depois de algum tempo de descanço, levanto-me, estico os braços para acordar pensando qe era a primeira vez que dormia sem ser incomodado. Dirijo-me para a saida indo dar uma volta pelo campo .

- Adivinhem quem voltou duma missão - perguntei eu, num tom de voz brincante, mas ao mesmo tempo contente.
- Maighel ! - ouviu-se um coro de exclamações.
Os meus irmão acorreram-me num abraço apertado, enquanto André me deu uma palmadinha amigável nas costas e sorria. Cláudia também em fez um aceno e Alice perguntou:
- Tudo bem ? Como correu ? Como era o nosso pai ?
- Calma, Alice - ri-me eu - Está tudo, cheguei agora da casa grande, e dei uma abada ao Quíron no poquer. Ele até andou de lado. Correu bem, mas foi complicado. E conheci um grande, grande amigo - os meus amigos fizeram um olhar curioso - E o nosso pai, como o Micaelis pode confirmar, é o melhor deus de todos.
- Mas isso não é preciso ir ao Olimpo para sabermos - riu-se Alice.

Regressei da batalha e atirei-me para a cama, juntamente com Micaelis, dizendo-lhe:
- Dominámos a batalha, mas foi díficil.

Cheguei a correr á cabana, carregando Mikurey nos braços. Abri a porta a pontapé, entrei, ofegante e depositei o meu irmão no chão, cuidadosamente, dizendo:
-Ajudem-me malta! Ele desmaiou á entrada da nossa cabana!

Saltei da cama e corri para eles. Peguei nele, deitei-o na minha cama e começei, com ajuda de Maighel, a medir-lhe a pulsação e a temperatura. A pulsação estava normal mas a temperatura estava muito alta o que indicava febre.
- Bem, já sabemos porque ficou assim. - disse eu.
- Ele ficou demasiado fraco depois do combate e a febre não ajudou lá muito - disse Maighel.
- Mas podem curá-lo, certo? - interrogou Cláudia.
- Sim, ele só vai precisar de algum descanço e nós podemos usar o nosso poder de cura para acelarar a recuperação. - disse eu.
Fui buscar pano molhado e coloquei-o em cima da testa de Mikurey, enquanto, Maighel cantava uma música para que ele recupera-se mais rápidamente. Sim, nós somos filhos de Apolo, deus da medicina, mas não fazemos milagres apenas fazemos com que a recuperação ficasse mais rápida. Nós conseguimos curar ferimentos e outros tipos males fisicos instantaniamente, mas curar doenças já não era assim tão fácil.

-Obrigada malta! - disse eu, aliviada. - vocês sao espetaculares!

Se soubesse o que se estava a passar na realidade, Mikurey haveria de estar bastante grato a Micaelis e Maighel, mas a verdade é que ele estava a mergulhar num mundo de sonhos...

Nesse sonho, Mikurey, estava no final de um beco de uma qualquer cidade. Começou a mover-se para chegar ao pé da estrada, mas a cada passo que dava, sentia o seu corpo a ficar cada vez mais pesado e cansado, até que caiu no chão. Levantando a cabeça, viu algumas das pessoas que tinha conhecido no campo a olharem para ele, e a virarem-lhe as costas, assim que ele estendia a sua mão, pedindo ajuda.

A seguir viu a sua mãe, Atena, diante dele que lhe lançava um olhar de desprezo. Ele tentava por-se em pé, mas alguma força, mandava-o de volta e encontrar o chão. Também Atena lhe virou as costas e desapareceu. Mikurey voltou a colar a sua cabeça ao chão, e quando a levantou estava num sítio completamente diferente

Encontrava-se agora numa espécie de vasta planície, e á sua frente estava a sua irmã, Cláudia, tão grande que para ela, ele não devia exceder o tamanho de uma formiga. Ela agachou-se , pô-lo na palma da sua mão e elevou a mão ao nível da sua face. Mikurey olhava agora para os seus enormes olhos, que carregavam o mesmo ar de desprezo, enquanto que ele cerrava o seu punho, esmagando-o.

No mundo real, os movimentos do seu corpo acompanhavam a progressão deste terrível pesadelo. O seu corpo ficava cada vez mais tenso, até que no final, procurava desesperadamente a mão da sua irmã, e quando a agarrou, fê-lo com um enorme grau de força. Tudo isto, sem nunca dizer uma única palavra

Eu estava sentada numa cadeira ao pé de Mikurey, vigiando-o. De repente vi-o espernear, como se tentasse fugir de alguma coisa. Todos nos fitá-mos com um olhar apreensivo. Ele devia estar a ter um pesadelo. Depois, tudo parou. Foi muito estranho. Ele estava inconsciente, mas o seu braço mexia-se, como se procurasse alguma coisa. Quando a sua mão tocou a minha, parou, e agarrou-a com força. Tentei reprimir uma lágrima, comovida. Apesar de nos conhecer-mos á pouco tempo, éramos irmãos, e gostávamos muito um do outro.

Pouco depois do seu pesadelo, Mikurey acordou e lentamente abriu os seus olhos. Estava agora no que parecia ser na cabana de Apolo, e a seu lado estava a sua irmã, a quem este dava a mão.

Sem nunca dizer uma palavra, fez um gesto , que claramente mostrava gratidão, a Micaelis. De seguida, fez um esforço e levantou-se. Quando de pé, abraçou a sua irmã, de uma forma bastante sentida e foi em direcção á porta