Solstício de Inverno

Só me apetecia esganar de Quiron, acho que os centauros não têm lá grande massa cinzenta... mas ele devia ter algum motivo importante para interromper.

Dirigi-me até à sala de jogos com Cláudia.
Quando entrei vi que André já lá estava.
- Então, o que se passa? - perguntei.

Kaito dançava com a sua irmã, quando ouviu o anúncio de Quiron. Dada toda a situação que se desenrolava no Olimpo, não foi uma tarefa muito árdua para que ele imediatamente pensasse:

-"Será que....alguém conseguiu?"

Terminou a sua dança e foi para a sala de jogos.

- Então, quais são as novidades? - perguntou ele

DEUSES!!!tava tão feliz dançando,e precisamos parar pra ir a sala de jogos.
o que sera de tão importante?

Aos poucos todos chegaram. Quando a sala ficou cheia de mestiços, disse a Quiron para ele começar a falar, mas ele respondeu-me que devia ser eu a falar. Afinal tinha sido eu a descobrir. Subi para a mesa de bilhar de modo a que todos me conseguissem ver, e foi aí que me ocorru. Eu não tinha provas... os deuses não iam acreditar de certeza mas e se os meus irmãos mestiços também não acreditassem? Eu podia ser ignorado até ao fim dos meus dias...
- Bom, eu... ah - Disse eu hesitante. - Peço desculpa por ter interrompido o que estavam a fazer... eu tenho algo a dizer. Como todos vocês estive a investigar o envenenamento de Hefesto. - Olhava para todos os mestiços, que também me olhavam fixamente. Foi então que na multidão me avistei a mim mesmo. Uma figura física exactamente como eu. Com as mesmas roupas que eu demorara horas a escolher naquela manhã. Com as mesmas feridas na carae nos braços das minhas ultimas missões. Era um deus que ali estava... Alguém que sabia que eu iria discursar. Tive a certeza que era Atena, pois "eu" ria-me baixinho no meio da multidão. Ela tinha vindo aqui para ver se eu tinha coragem para falar. Mais ninguém a via. Apenas eu. E isso deu-me coragem para avançar. - Des do inicio que tenho a mesma suspeita, contudo nunca tive uma exacta cnfirmação. Tentei fazer uma armadilha mas não funcionou e agora já sei porquê. Porque o culpado é aquele que vocês menos esperam, aquele que nos mandou investigar, aquele que não deixa pistas para trás. Ouvi dos lábios da deusa da sabedoria a confição em como foi ela que envenenou Hefesto, contudo, não foi pelo motivo que eu indiquei. Se a queremos levar á justiça perante Zeus, temos de descobrir o porquê até ao final do dia.
Quando acabei a frase o silêncio no salão era de cortar a respiração. Olhei ara "mim" no meio da multidão que parecia surpreendido. Por momentos o seu rosto identificou-se ao de Atena. Por fim ela desapareceu, e os meus colegas começaram a gritar perguntas para mim, á cerca de como é que eu tinha descoberto o culpado.
Ia ser uma noite longa...

Eu tremia como varas verdes. Não podia ser! Não podia! A minha mãe....envenenadora. A deusa da justiça... . Mas eu também já desconfiara dela...
Soltei um longo suspiro, amargurada, e convenci-me da verdade. Parecia que tinha algo a ferver-me na garganta... e falei
-Eu também desconfiei dela, logo ao início. Até a segui, com o Elmo. Ela tinha um bom motivo: ainda há pouco tempo Ares lhe roubou o elmo..e todos sabemos que foi para ele e para a amante que os deuses apontaram logo o dedo. E eu ouvi Afrodite a dizer que não seriam necessárias provas para serem condenados.
As lágrimas vieram-me aos olhos. Kaito e Liiih estavam ao meu lado, em estado de choque, e eu abracei-os.
-Desculpem. - disse-lhes, chorando.

As palavras que André acabara de proferir não fizeram um efeito imediato. Apenas quando Cláudia ao abraçou, chorando, é que Kaito se apercebeu do que realmente se estava a passar


-Não....Não....Tu....mentes...sim....tu...mentes - murmurou ele como se estivesse a falar directamente com André

Mas na verdade, ele dizia isto, pois tentava convencer-se de que o acabara de ouvir não era verdade. Kaito sempre teve uma enorme admiração por Atena, e orgulhava-se plenamente de ser seu filho. Contundo todo esses sentimentos foram quebrados numa questão de segundos. Kaito devolveu o abraço a Cláudia, e olhando para baixo, também soltou umas lágrimas.

Pouco depois, limpou a sua face, e quando voltou a olhar para a frente, uma expressão que demonstrava um pouco de desprezo estava na sua cara.

- Eu consigo ver duas razões possíveis para tal. Tal como a Cláudia disse, ou foi com o objectivo de incriminar Ares...ou como um teste, para ver se nós seriamos capazes de descobrir que foi ela que o fez

Quando André acabou de falar, começei a pensar em tudo, como tinha sido estúpido ao ponto de pensar que Atena não seria a culpada, apesar de ela ter os meios e motivos para tal... Bem, agora estava dividido: estava feliz por saber que Apolo não era o culpado; estava desiludido por estar totalmente errado quanto a Atena. Ela talvez tivesse um bom motivo para os seus actos.
Vi que os 3 filhos de Atena estavam abraçados, devia ser um mau momento para eles. Eu nem queria imaginar como me sentiria se Apolo fosse o culpado.

- Bem, Atena talvez estivesse, como Cláudia disse, a tentar incriminar Ares e Afrodite. Eles ficariam imediatamente com as culpas. - disse.

- Eu não sei quanto a vocês todos - dirigiu-se Kaito aos restantes mestiços - mas eu não vou ficar aqui mais tempo a especular quais foram as razões dela.... Eu vou confronta-la...agora mesmo!

Dirigiu-se em direcção á porta, quando se virou para trás, olhou para toda a sala, mas em especial para as suas irmãs e disse:

- Quem quiser, está a vontade para se juntar a mim.

Tanto Cláudia como Aline perceberam que isto seria algo que eles os 3 precisariam de fazer em conjunto. Em direcção á sala, Cláudia perguntou:

- Kaito, não achas que isto é demasiado impulsivo?
- Não - respondeu ele - A partir do momento em que soubemos que foi ela que o fez, não fazia sentido estarmos ali a disparar possíveis razões. Isso deu jeito quando estávamos á procura, mas agora não nos vai ajudar....E acho que falo pelos 3 quando digo, que isto é uma coisa que todos queremos fazer

Entraram mais uma vez na sala onde se dava o banquete. O baile ainda decorria, mas sentada ao pé de Artémis, a conversar, lá estava ela: Atena. Kaito fechou os olhos, virou a cabeça para cima, e suspirou, a fim de que não se exaltasse demasiado já no principio da conversa. Como a conversa iria decorrer, isso era um assunto que apenas as Parcas sabiam...

Os três chegaram ao pé da sua mãe e Kaito prontamente perguntou:

- Então, decepcionada que nós não tenhamos passado no teu teste...ou será que as tuas razões foram outras e decidiste que irias começar a jogar sujo...mãe?

quando a claudia abraçou a mim e ao kaito,eu comecei a chorar tambem,minha mãe,ela.por que?
fomos com kaito até ela,eu comecei a tremer um pouco depois que ele falou,temendo que ela nos mandasse para o tartaro,eu e a claudia nos encolhemos um pouco atras do kaito,esperando a resposta dela.

Eu segui Kaito. Ele estava revoltado, todos estávamos. Afinal de contas, ela era a deusa da justiça, a mais sábia do Olimpo... não era suposto ser uma envenenadora. Quando ela me reclamou, eu fiquei tão orgulhosa, filha da grande Atena...e agora isto.
Aline também estava destroçada, e confusa. Ela tinha acabado de chegar ao Acampamento, ainda era nova....
Eu não queria que nenhum dos dois se precipitasse. Se a nossa mãe não tivesse um bom motivo, nossa cabana iria sofrer uma das maiores desonras de sempre, não era necessário causar escândalo em pleno Olimpo. Eu era a que estava há mais tempo no acampamento, e, como tal, sentia que me cabia a mim defender a cabana.
Eu também estava destroçada, magoada....também me apetecia pedir uma boa explicação á minha mãe, e dizer umas quantas verdades ao plantão de deuses que naquele momento nos olhava, embasbacado. Mas não podia.

Quando Kaito acabou de falar, aproximei-me dele, coloquei a minha mão sobre o seu ombro e murmurei:
-Kaito tem calma, não te precipites! Lembra-te que a nossa cabana irá sofrer uma grande desonra,não precisamos de causar escândalo em frente de todo o Olimpo. Não te esqueças que não há provas. Em quem acreditarão os deuses? Ela é que é a deusa da sabedoria....nós não passamos de mestiços.

Custava-me dizer aquilo...mas era a verdade. Uma coisa era desconfiar que fora a minha mãe.....outra completamente diferente era saber que fora ela...e não ter provas. Ela podia estar a perder o seu senso de justiça...mas os seus filhos não.